quarta-feira, 12 de março de 2014

Quando não há argumentos, inventam-se muitos!

Por Francisco Costa no facebook

A nova moda na direita e entre os comentaristas da Grobio é alardear apagões, racionamento de energia elétrica, bug no sistema energético nacional... Repetindo na rede o apagão moral que sempre existiu no cérebro deles.
Vamos colocar as coisas no devido lugar?
1) Excetuando a região norte (Amazônia), passamos pela maior estiagem dos últimos quarenta anos, com meses sem chuvas continuadas e fortes;
2) Como a nossa matriz energética é a partir da água (hidrelétricas), claro que isso iria se refletir na produção de energia;
3) As chuvas repentinas e rápidas, de verão, não adiantam em nada: parte da água é imediatamente absorvida pela biomassa (fauna e flora) sedenta; parte infiltra-se no solo ressequido, ficando retida, e parte evapora-se logo no dia seguinte, quando volta o solzão. Para que a água escorra para os reservatórios é necessário que a biomassa, o solo e os lençóis freáticos estejam saturados, encharcados, o que exige chuvas continuadas, por dias, fortes ou não (interessante é que explico isso para os meus meninos e meninas do ensino fundamental e os telecotuais da Grobio fingem que não sabem, jogando a bomba no colo do governo);
4) Mesmo com a escassez de água, a maior dos últimos quarenta anos, repito, temos ainda reservas que, somadas à energia produzida pelas termoelétricas, dão para bancar mais um mês e meio da demanda. O verão está terminando e não é possível que não venham chuvas;
5) Como a energia produzida nas termoeléticas (diesel, carvão mineral, carvão vegetal ou lenha) é bem mais cara, a falta de caráter dos comentaristas se divide: metade diz que as produtoras e distribuidoras de energia vão falir, e a outra metade, que o povo está pagando, través de subvenções;
6) Não irão falir nem o povo está pagando, subvencionando. O governo federal está cobrindo a diferença de preços, POR EMPRÉSTIMO. Assim que os reservatórios subam e as concessionárias voltem a mamar lucros astronômicos, pagarão;
7) Em ato falho, os apóstolos do apocalipse nacional, dizem que a demanda por energia elétrica cresceu 73% nos últimos dez anos, o maior crescimento do setor, no mundo. E aí pergunto: o brasileiro passou a dormir com as lâmpadas acesas ou é reflexo de um vigoroso crescimento econômico, com mais fábricas, mais lojas, mais residências, mais uso de eletrodomésticos? Até quando dá porrada a direita é obrigada a reconhecer;
8) Reclamam que não estão sendo tomadas medidas para garantir o suprimento pelo aumento da demanda. Várias usinas estão sendo construídas, mas há que se considerar que:
a) São obras gigantescas, com a necessidade de mudanças de cursos de rios e que exigem muito tempo de trabalho, pelo volume de trabalho mesmo e gasto de material, quase sempre trazido de longe, já que as usinas não ficam em centros urbanos (Itaipu consumiu concreto e ferro suficientes para a construção de 210 Maracanãs);
b) A oposição e seus coxinhas amestrados atrasam propositalmente as obras, entrando com medidas cautelares, na Justiça, paralisando obras, por questões trabalhistas ou ambientais, para, politicamente, retardarem os trabalhos;
9) Breve lerei na Veja ou ouvirei na Grobio: “quando Fernando Henrique Cardoso separou as águas do Mar Vermelho, para Moisés passar...” ou “quando a militância petista começou a gritar Barrabás, Barrabás, Barrabás...”
10) Vão ralar os rabos nas pedras e deixem de ser idiotas. É muita energia mental gasta para o engodo, o embuste, a empulhação, o lepo lepo da política.
Francisco Costa
Rio, 11/03/2014.

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